REPÚDIO AS DECLARAÇÕES DO SR. MINISTRO DA ECONOMIA PAULO GUEDES

A Asinea repudia as declarações do Sr. Ministro da Economia sobre os Funcionários Públicos

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, em recente palestra, de forma vil e grosseira, atacou e equiparou os servidores públicos a "parasitas", palavra que, no seu sentido pejorativo, significa “indivíduo que vive à custa alheia por pura exploração ou preguiça”. Esse tipo de fala em nada contribui para a construção de instituições fortes, com capacidade política e técnica para enfrentar os desafios de um país com mais de 200 milhões de habitantes, dentre os mais desiguais do mundo, com milhões de famílias vivendo em situação de extrema pobreza, altos índices de desemprego e violência.

Os servidores públicos fazem parte da solução. Toda organização, seja ela pública ou privada, tem processos que podem ser melhorados e resultados que podem ser mais efetivos e eficientes. Uma reforma administrativa que tivesse como premissa a melhoria dos serviços públicos seria bem vinda e encontraria guarida entre os servidores públicos. A população brasileira e nós, servidores públicos, somos os maiores interessados em um Estado eficiente, comprometido com resultados e que entregue serviços públicos de qualidade à população. Ao equiparar todos nós, servidores públicos, a parasitas que devem ser eliminados do organismo hospedeiro, o Sr. Ministro ataca cada um que decidiu dedicar sua vida
ao serviço público e à implementação de políticas públicas que melhorem a vida das pessoas. É falta de respeito com quem ajuda a construir esse país e é, antes de qualquer coisa, injusto!

Se, porventura, a prestação de serviço se encontra precária, não se deve atribuir, única e exclusivamente, tal deficiência ao servidor, mas sim, deve-se imputá-la àqueles que formularam as correspondentes políticas públicas, aos que comandaram o orçamento, aos que desviaram recursos para outras finalidades, aos que contrataram, a preços exorbitantes, obras que, muitas vezes, não foram concluídas, aos que comandaram a aquisição de máquinas e equipamentos que pereceram pela obsolescência ou ausência de destinação ou sem sequer terem cumprido suas finalidades, isso, dentre tantos outros desmandos na administração pública, ainda pendentes de apuração ou punição dos responsáveis, e por aí vai um sem número de casos cujas decisões, na maioria das vezes, não foram tomadas por servidores de carreira, mas sim, por aqueles indicados para o comando das respectivas pastas.

Muitos de nós estamos aqui há cinco, dez, quinze, vinte, trinta anos ajudando a construir cada uma das instituições que têm conseguido manter um nível mínimo de estabilidade e segurança para que o país ofereça melhores oportunidades aos seus cidadãos. Repudiamos veementemente essa fala e independentemente de desculpas ou pseudos esclarecimentos exigimos respeito!

Por fim, promover a valorização da Administração Pública, respeitando seus servidores e melhorando a prestação dos serviços públicos como contrapartida pelos tributos pagos pelos cidadãos, revela-se a melhor receita para evitar risco de imagem do governo e do Estado Brasileiro frente à comunidade nacional e internacional e assim, cumprir os fundamentos, os objetivos e os princípios da República Federativa do Brasil. Nenhum país é soberano e justo para com a sua população sem os serviços públicos essenciais.

Esse governo quer acabar com o serviço público e criar o chamado estado mínimo onde a população não terá direito à educação, saúde e segurança. Quer aprovar a reforma administrativa, nome pomposo que significa acabar com a estabilidade do servidor, garantida pela Constituição de 88 para defender o trabalhador público de ataques de políticos; quer cortar 25% dos salários dos servidores, jogando toda a culpa do caos da economia nas costas dos servidores.

A Asinea repudia tais palavras e esse comportamento desrespeitoso e clama a sociedade organizada defenda o serviço público de qualidade, solidarizando-se com a (o):

ANFIP - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil;

ANESP - Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental;

SEPE - Sindicato Estadual dos Professores de Educação do Rio de Janeiro;

E a todas as entidades de classe, sindicatos e representantes dos funcionários públicos desse país!

 

SR. MINISTRO . . .

NÃO SOMOS PARASITAS!